I – VINDA E INFÂNCIA DO MESTRE
(1843 – 1861)

A Encarnação do Eleito é o primeiro fenômeno pelo qual, como em muitos outros, o Muito Excelso Mestre Philippe pôs em evidência para nós, pobres terrestres mergulhados nas nossas próprias trevas, sua semelhança, tão impressionante, com seu Divino Amigo: Jashua, ou Jesus-O-Cristo.
Para Você, Carolei, que deverá ter visto, em Arpas Eternas (N.2), a magnífica descrição das regiões dos Amadores Eternos, ou Arpas do Eterno Amor, lá no infinito – para nós-, lá, além da Constelação de Sírio, em zonas em que a pureza astral tem por apoio, a pureza dos mundos que ali gravitam, a preparação para a Descida de Jesus, acompanhado pelos Onze Sacrificados; para Você que já sente no coração ao menos como sentimento, de amor e devoção, humano, o que possa ser “ter vivido tantas vidas” e ter realizado tantos sacrifícios, que já não se tenha nada mais a pagar, nem a sêres, nem a cousas, nem a Anjos, nem a Deuses! E, após isso, quando já “o sofrimento tinha se afastado”, voltar, voluntariamente, conscientemente, abnegadamente, para ajudar aos que ficaram atrás; para pôr um pouco de luz, de amor, de provas do Poder do Pai e da Misericórdia do Filho e da Grande Virgem de Luz! – Para Você, certamente, a Encarnação do Eleito soou a música de celestes esferas, a canto de serafins e de mártires, quando viram passar, novamente em direção à Terra a Philippe, o Eleito; a Philippe, o Imperador da Humanidade, como Cristo é o Rei deste planeta, por Sê-LO de todos aqueles que gravitam nos espaços povoados pela Manifestação!
Fácil é compreender, então, a presença, junto à extensa legião de Espíritos luminosos, que vinham despedir-se do Eleito, daquele outro Ser, velado, vindo de um mundo superior, envolvendo ao próprio Eleito com uma intensa irradiação! Assim como cada um de nós tem um Anjo da Guarda,
designado pela Celeste Jerarquia que a tudo preside, assim também, ao retornar, voluntariamente na esfera de ação das forças dirigentes da existência nesta Terra, o Eleito começava por acatar essa primeira Lei. E recebia, se aceitasse – definitivamente – essa encarnação de Sacrifício, o “Anjo” que o havia de proteger e defender, servir e consolar, também!
Com.1 – Quão formosas resultam as palavras desse “Anjo” – cuja Categoria me não atrevo a revelar ainda! – mostrando que “uma lágrima da celeste Virgem” – isto é, um decreto emanado do coração da Grande Mãe Providência, que é um cósmico ser, de universal função, é o que tinha
permitido que a missão fosse, e que o Eleito descesse, e que um dos Grandes Guardiões, daqueles a que se refere o texto gnóstico da Pistis Sophia, quando fala no Tesouro de Luz do 13º Mistério, onde o Eon Jesus foi levado, viesse, também, cobrir com sua Luz e seu Poder ao Enviado do Pai!
Com.2 – Mas, todas as duras condições dos mortais terrestres, mais as outras terríveis condições reservadas aos Missionados são apontadas ao Eleito! Que martírio, e que glorificação!
Que reprodução vivida, dia após dia, do grito de Getsemâni, com seus dois sentidos: “Senhor, Senhor, por que me abandonaste” – e – “Pai, Pai, quanto me glorificas!”!… – Dupla prova histórica, se outras não houvesse do sacrifício na Cruz, torpemente negado por certas seitas, antigas ou
modernas, de “corações de pedra”, incapazes de sentí-LO!…
Com.3 – E o Eleito, forte de sua própria fortidão, temperada em séculos de lutas, assistindo a esta Humanidade, aceita também a terceira Lei: quando haja escolhido Mãe, quando tenha de gerar, junto com ela, o corpo de que haverá de servir-se esta vez (e cada um de nós passa por esse processo), beberá o Cálice do Letes, o Licor do Esquecimento! E, durante anos, embora sentindo-se “diferente” terá que aceitar-se como um de nós, pelo menos nas horas de vigília…
N.2 – “Arpas Eternas”, por Hilarión de Monte Nebo – Edições da “Fraternidad Cristiana”.
Como já expliquei em “Yo que Caminé…”, esta obra foi recebida por via mediúnica, totalmente inconsciente, por uma dedicada médium argentina. Já tive oportunidade de comentar, em conferências como em escritos vários, que “onde entra Arpas Eternas”, lá entra também “o perfume suave da Aura do Senhor”, pois tanto o estilo suave e poético, quanto o conteúdo interessante, apresentado em forma instrutiva e linguagem singela, facultam a todos o poder desfrutar intelectual e cardiacamente, desta obra de vulgarização do sentir místico dos Essênios.
Entretanto, o fato de haver notáveis coincidências com a realidade que insofismavelmente ensina o Muito Excelso Mestre PHILIPPE, sobre a Vida, Missão e Ressurreição de N.S. Jesus Cristo não basta para se considerar “Arpas Eternas” como relatando TODA A REALIDADE E SOMENTE A REALIDADE. Para o leitor, e pelos motivos apontados no início desta Nota, isso importa pouco, verdadeiramente, e nos daríamos por muito felizes se toda a gente conhecesse, lesse e aplicasse “Arpas Eternas”. – Mas, nem por isso devíamos deixar de apontar que essa psicografia (e, aliás, como todas as psicografias) apresenta inevitavelmente interferências dos que “corrigiram” (?!) a Hilarión de Monte Nebo, ou quiseram introduzir e enriquecer o texto, seja no aspecto poético ou no histórico. Algumas divergências de certa importância – e que Você mesmo, Carolei, perceberá facilmente – existem entre “Arpas Eternas” (obra parcialmente de involuntária ficção) e o Ensinamento do MEM. MESTRE, Verdade do Plano do Verbo.
Fonte: Sri SEVÂNANDA Swami – O Mestre Philippe de Lyon – Volume II – páginas 21 a 23.