O Poder Oculto da Música
Para Ler e Ouvir!

 Esta lista não se destina apenas a repassar o material que as páginas antecedentes já cobriram, senão também a expandir-se em novas áreas relacionadas de música e esoterismo.
SOBRE BEETHOVEN


Por que “Sobre Beethoven”? Se bem que o tema de Beethoven – o homem, a música e a missão a que se propôs – não tenha sido uma parte destacada deste livro, um estudo sobre Beethoven, na realidade, é uma experiência musical arquetípica. Pois o próprio Beethoven era um artista espiritual arquetípico. Ao estudar-lhe a música e a vida, realmente nos harmonizamos com questões muito mais amplas – a filosofia espiritual essencial de toda boa música; a necessidade de um motivo altruísta; a luta entre a pureza e o erro na personalidade do próprio artista; o modo com que a música pode ser usada para espiritualizar a raça, e que espécie de música o faz. Beethoven tinha plena consciência do poder da música, e na história da sua vida e das suas obras vemos quão supremamente pôs em prática esse conhecimento.

 Beethoven, His Spiritual Development, de J.W.N. Sullivan (publicado pela primeira vez em 1927, agora em brochura, editado por George Allen & Unwin, Londres). O livro mais autorizado sobre o assunto do título. Muito interessante e curto (127 páginas), revela uma introvisão penetrante dos aspectos espirituais de Beethoven e da música em geral.

 Beethoven and the Voice of God, de Wilfrid Mellers (Faber & Faber, Londres, 1983). Este livro é um como companheiro de Bach and the Dance of God do mesmo autor, o que nos garante a sua qualidade. Há de tornar-se, seguramente, o texto-chave de uma compreensão mais profunda dos significados espirituais e emocionais das notas das principais obras de Beethoven. Mellers analisa a música, porém, de maneira muito minuciosa, nota por nota, tornando esse título mais adequado a quem lê música do que ao leigo.

 Beethoven, de Marion M. Scott (J.M. Dent & Sons, Londres, 1934). Muito provavelmente a melhor obra em um volume que existe sobre Beethoven como homem e músico. Uma introdução inteligente ao assunto, mas sem exageros de erudição. Marion Scott impregna suas páginas de uma dose muito maior de coração do que a que se encontra nos estudos sobre compositores.

 Beethoven’s Nine Symphonies Correlated with the Nine Spiritual Mysteries, de Corinne Heline (J.F. Rowny Press, Santa Bárbara, 1971). A escritora da Nova Era, Corinne Heline, examinava os aspectos esotéricos de cada sinfonia de Beethoven.

                                                                       Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 315
                                                                             – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música
Os Poderes Interiores do Som

A partir da conversação entre Cooper-Oakley, Leadbeater e Djwal Kul no terraço do quartel-general da Sociedade Teosófica, a grande fraternidade dos Adeptos, a que Djwal Kul pertencia, forneceu novas informações sobre as sete frequências do Verbo, conhecidas como os sete raios. Com base nessas informações é possível elaborar uma tabela que mostra os principais atributos de cada raio. A tabela 4 revela-nos o chakra, a cor, as qualidades divinas e as perversões das qualidades divinas relacionadas com cada um dos raios. Não somente a música, é claro, mas todas as atividades da vida – cada pensamento, palavra e ato – amplificam um ou mais dos sete raios ou suas perversões. Não obstante, o emprego do tom é um dos principais meios pelos quais se amplificam os sete raios ou suas perversões. A coluna que indica as qualidades divina mostra quais são as qualidades psicológicas ou espirituais que se expandem através do eu e da sociedade toda vez que se executa uma música bela e harmoniosa. A música errada amplifica no executante, no público e na comunidade em geral as várias perversões enumeradas dos raios. Pelo exame dessa tabela poder-se-á obter uma compreensão de muitos males atuais da sociedade, bem como a compreensão do modo com que se podem dissolver esses males pela promulgação da música correta, como a música clássica oriental e ocidental. Ao olhar para a tabela, impressiona-me o quão imediata e notavelmente aparecem esses traços nas pessoas toda vez que se toca música, boa ou má.

                                                                        Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 280
                                                                             – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


O Poder Oculto da Música
Os Músicos Redescobrem os Mundos Interiores

 Na medida em que a gnose ressurgiu, pouco a pouco, nas últimas décadas, os compositores não perderam tempo para incorporar-lhe os preceitos, mais uma vez, à sua arte. Ou terão eles, alguma vez, deixado de fazê-lo? Desde os primórdios da tradição clássica ocidental e no correr de toda a sua história, robustos elementos de misticismo se incorporaram a numerosas peças musicais. Como notamos num capítulo anterior, muitas obras de J.S. Bach, Beethoven e outros grandes compositores são profundamente místicas, mas de um misticismo de natureza geral. A visão espiritual desses grandes homens, que eles possuíam naturalmente, não se associava, em sua maior parte, a nenhuma escola esotérica especial. (A exceção óbvia a isso, naturalmente, é Mozart, que estribou suas óperas e suas obras instrumentais, em grande parte, nos princípios metafísicos e numerológicos da franco-maçonaria.)


                                                                       Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 280
                                                                            – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


  O Poder Oculto da Música
Cyril Scot,”O pai da música britânica moderna”


Cyril Scott, cujos escritos tivemos ocasião de mencionar diversas vezes em páginas anteriores, era outro compositor de talentos múltiplos que pode ter-se inspirado no grande corpo de Adeptos conhecido como a Grande Fraternidade Branca. O próprio Scott, sem dúvida alguma, acreditava nisso. Sua publicação de 1933, The Influence of Music on History and Morals,* foi uma tentativa importante e pioneira no estudo do poder interior da música e um dos primeiros livros modernos a renovar o pensamento e a percepção das pessoas sobre o assunto. Entretanto, mais fascinantes ainda do que o próprio livro talvez sejam os antecedentes e a existência do autor, dos quais proveio a obra. Pois a história da vida de Cyril Scott serve bem para mostrar-nos a grande influência exercida pelas fontes esotéricas sobre a arte e os artistas do nosso tempo. Cyrill Scott nasceu em Oxton, Cheshire, no dia 27 de setembro de 1879. Conta-se que, já aos dois anos e meio de idade, captava melodias de ouvido e as executava ao piano, além de improvisar. Entretanto, só quando chegou à idade de sete anos, recebeu lições sobre leitura e escrita da notação musical. Depois de adulto, o que talvez não seja surpreendente, Scott se transformou num virtuose do piano.
* A influência da música sobre a história e a moral.

                                                                        Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 287
                                                                             – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


O Poder Oculto da Música
O Gênese Agora


Costuma-se pensar na história da Criação contida no Gênese como uma descrição de acontecimentos ocorridos (quer literal, quer alegoricamente) há muito e muito tempo. Entretanto, o que se deduz de um estudo de todos os outros mitos e doutrinas alusivos ao Som Cósmico é que essa moderna concepção do Gênese está totalmente errada. A descrição da Criação não visa apenas a ser a história da formação original da Terra: mas é também um relato, feito de símbolos e alusões veladas, do eterno processo de criação e da preservação de todos os átomos e de todos os mundos. Conforme a antiga sabedoria, esse processo é contínuo e sempre presente. A matéria não apenas se cria, mas também se preserva – por meio do Som Cósmico, e por nenhum outro. Com efeito, a matéria é o Som Cósmico em forma densificada; a matéria é a Harmonia das Esferas – cristalizada! Invertendo os termos: o Som Cósmico é a matéria em solução. Segundo as crenças dos antigos: leve-se embora o Verbo, e a matéria reverterá instantaneamente à energia invisível do vácuo. O universo, a Terra e nós mesmos sobre ela só existimos e continuamos a existir porque ainda se emite o Verbo. Para o iogue, o OM é tão imediato quanto o ar que rodeia, ressoando no presente eterno. Bate ao ritmo de todos os corações e fala à alma que tem ouvidos para ouvir. Os grandes místicos de todos os tempos sentiram que o Verbo, iminente, se achava em torno deles; e conheceram que ele era o elixir da vida, que a Criação não se fez nem se consumou, que as estrelas da alva ainda cantam juntas.


                                                                        Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 234
                                                                             – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


  O Poder Oculto da Música
Avaliação: A Física do OM

Avaliação: A Física do OM No princípio era Brahma, com quem estava o Verbo. E o Verbo é Brahma. – Vedas

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus. E o Verbo era Deus. – O Evangelho segundo São João

Como se vê, as religiões do Leste e do Oeste concordam extraordinariamente: no princípio era o Verbo. Mas o que era exatamente – ou, para usarmos o presente do indicativo da citação védica – o que é o Verbo? As escrituras acima descrevem-no como sendo parte de Deus ou Brahma. Ademais, a citação da abertura do evangelho de São João continua, prenhe de significado:

Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Temos portanto, nestes versos famosos e profundamente místicos de São João, outro exemplo da crença antiga universal de que Deus, ou um Ser Divino, criou o Universo, e o fez por intermédio de uma emanação vibratória. A esta vibração sagrada se referem, de ordinário, os textos cristãos primitivos chamando-lhe o Verbo (este significado do termo foi hoje esquecido ou descurado pela maioria dos cristãos). No Hinduísmo, como vimos, a vibração divina é mais usualmente denominada OM. Não obstante, o Verbo e o OM são a mesmíssima coisa. Além disso, grande variedade de termos, oriundos de culturas diferentes de outros tempos, também se relaciona com o mesmo fenômeno eterno e universal. O Som Cósmico, impregnado da essência da Consciência, tem sido variadamente conhecido por AUM, AMN, AMEN, AMEEN, OMEN, OMON, I AM, HU, YAHUVAH, o Logos, o Verbo Perdido, e outros nomes ainda.

Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 223 –
Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
O som da harpa

                                                                                                                       
Na China, todavia, preponderava a corda sem trastos, como na harpa, onde cada beliscar da corda soava como única e pura emanação de Deus.




                                                                        Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 47
                                                                        Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
O primeiro ritmo que ouvimos


Em parte, o poderoso efeito produzido por ritmos diferentes sobre nós talvez seja determinado pelo primeiro ritmo que ouvimos, a saber, a pulsação cardíaca de nossa mãe, ouvida por nós continuamente no transcurso dos meses que passamos em seu ventre. Numa experiência dirigida pelo Dr. Lee Salk, num berçário de hospital, tocou-se, para recém nascidos, um disco em que haviam sido gravados os batimentos cardíacos normais. A maioria dos bebês acalmou-se e dormiu. Em seguida, o Dr. Salk fez ouvir a pulsação cardíaca acelerada de uma pessoa excitada. As duas gravações foram tocadas no mesmo volume mas, quando se tocou a segunda, todos os bebês despertaram, quase todos tensos e alguns chorando.






                                                                    Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 150
                                                                    Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
O Conceito do Logos na Música Chinesa



Um propósito importantíssimo inspirou os estrênuos esforços dos chineses no sentido de conformar a música com os princípios e proposições da ordem cósmica. Esse propósito era que, através da conformação da música com Deus, toda consciência e toda vida pudessem, identicamente, conformar-se com a mesma ordem celestial. Por mais que recuemos na história da música chinesa, encontramos sempre o mesmo, a saber, que os chineses associavam o Som Cósmico à consciência iluminada e exaltada. O Som Cósmico – a essência vibratória de toda matéria e energia – estava em tudo e em todos… e era dado ao homem elevar a consciência, chegar mais perto da Fonte, harmonizar-se mais perfeitamente com Deus. A espiritualidade, literalmente, era uma questão de vibração.

Quem lograsse congraçar as discordâncias em seu espírito, em suas emoções e em seu corpo tornar-se-ia uma corporificação mais perfeita do Som Cósmico, uma encarnação do Verbo. Quem incorporasse o Logos seria, inevitavelmente, sábio, moral e justo por extremo; e, portanto, o mais capacitado para governar. Há aqui indiscutíveis paralelos entre o conceito chinês do homem que incorporava o Som Cósmico e a aceitação cristã do Cristo como o Verbo de Deus. Com efeito, desde as mais priscas eras, estiveram os imperadores chineses tradicionalmente associados ao Logos, o que se pode constatar pelo simples exame de um ou dois termos da língua.

Por exemplo, o nome dado ao tom fundamental da música chinesa era huang chung; literalmente traduzida, significa “sino amarelo”. Entretanto, usava-se a mesma expressão, simbolicamente, em referência ao governante e à vontade divina.



                                                                Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 51
                                                                     Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
  “Como na música, assim na vida”



Como na música, assim na vida – esse axioma eterno contém o conceito central sobre o qual civilizações inteiras fundaram quase todos os aspectos da sua sociedade. E sobre esse
mesmo conceito germinal, gerações de reis, sacerdotes e filósofos basearam todo o trabalho da longa duração de suas vidas.

Como na música, assim na vida.

Axioma segundo o qual se afeiçoam e moldam a consciência e toda a civilização, de acordo
com o estilo ou estilos existentes de música. Conceito esmagador, sem dúvida! Quando ponderamos nas suas implicações, a saber, que a música magnetiza a sociedade adequando-a consigo mesma…

Seria realmente exato que a música tente a moldar-nos os pensamentos e os padrões de comportamento, de conformidade com seus próprios padrões íntimos de ritmo, melodia, moral e estado d’alma? A nossa mente volta-se, de pronto, para exemplos específicos: os
estilos de música que conhecemos e a sociedade ou a subcultura que se encontra em torno deles. Que dizer da música de hoje? Da sociedade de hoje? Está visto que o axioma
acima, a revelar-se válido, é importantíssimo para a civilização moderna.

                                                                                

                                                                                     Fonte: O Poder Oculto da Música
                                                                                       Pág. 15 – Edição 9 – Ano 1993
                                                                                                  – Editora    Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
A Sabedoria Antiga: A Música na Índia

A sílaba OM, que é o imperecível Brahma, é o universo. O que quer que tenha existido, o que quer que exista, o que quer que venha a existir, é OM. E o que quer que transcenda o passado, o presente e o futuro também é OM.

Assim começa o Upanishad Mandukya, um dos mais velhos escritos indianos. Conquanto a terminologia possa diferir, vemo-nos aqui confrontados com o mesmíssimo conceito da Vibração Primária que encontramos na filosofia da antiga China. No Hinduísmo, a sílaba OM não só representa o conceito de Som Cósmico, como também se acredita que ela, quando pronunciada, afina realmente o indivíduo pelo próprio Tom celestial.

O hindu sempre foi inclinado a ser mais interiormente místico do que exteriormente industrioso. Assim, na Índia, quase não se tem observado tendência alguma para harmonizar fisicamente a sua civilização com os princípios universais, como o fizeram os chineses por intermédio do huang chung. Ao contrário, os hindus deram ênfase ainda maior do que os chineses ao sagrado alinhamento da consciência. Neste afã espiritual, o conceito de OM, como o som terreno que espelha o Som do Tom Único, é soberano. Entoar o OM em combinação com certas disciplinas mentais e espirituais, é de fundamental importância na raja ioga. Em algumas técnicas de meditação, o OM, na verdade, não se pronuncia, mas simplesmente se imagina com o ouvido interior, afinando portanto a alma diretamente pelo Som Sem Som.

Fonte: O Poder Oculto da Música
Pág. 184 – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
A Sabedoria Antiga: A Música na Índia
Os Vedas, as mais antigas escrituras da Índia, muito mais antiga do que o Antigo Testamento, descrevem o OM como a força natural básica inerente a todos os fenômenos da Natureza, e da qual derivam todas as outras forças. Através do poder vibratório do OM, Deus criou e sustenta o universo inteiro. Descendo em frequência dos reinos do puro espírito para a arena do tempo e do espaço, o OM molda e organiza a matéria-energia primordial de maneira que provoca a coalescência dos átomos, revelando, desta forma, a matéria física. Tudo o que existe, portanto, é concebido como sendo fundamentalmente de natureza vibratória. Isso se aplica não só à substância tangível como a todas as formas de energia. A lua, o calor, o som audível – todos, no dizer dos Vedas, são a força vibrátil do OM que se manifesta em diferentes frequências e combinações de frequências.

Existem semelhanças indiscutíveis entre o Hinduísmo e o Cristianismo, e uma delas reside no conceito do OM, pois dificilmente se pode fugir à conclusão de que o OM e o Verbo do Cristianismo são o mesmo (muito embora a dita conclusão possa ser o horror dos horrores para o cristão fundamentalista). Cada qual está associado à Criação, e cada qual à Segunda Pessoa da Trindade (Vixnu no Hinduísmo e o Filho no Cristianismo). Falar no “Verbo” é fazer uma referência indireta a um fenômeno; ao passo que OM é esse fenômeno. OM é o Verbo.

Os Vedas dão grande ênfase ao som audível, pois dizem-no manifestação do próprio Som Cósmico. O sânscrito, língua dos Vedas, faz diferença entre o som audível e o Som Cósmico chamando o primeiro ahata e ao segundo anahata. Ahata, o som audível, pode ser ouvido por todos por meio dos ouvidos, ao passo que anahata não pode. Entretanto, o anahata pode ser ouvido – ou experimentado – pelo iogue avançado sentado em profunda contemplação.

Fonte: O Poder Oculto da Música
Pág. 185 – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
Abertura: A Música e Sua Energia



O nosso tema não é a música como arte abstrata, senão a música como força que interessa a quantos a ouvem. A música – não apenas como entretenimento, mas como energia literal.

Sempre que estivermos no campo audível da música, sua influência atuará constantemente sobre nós – acelerando ou retardando, regulando ou desregulando as batidas do coração; relaxando ou irritando os nervos; influindo na pressão sanguínea, na digestão e no ritmo da respiração. Acredita-se que é vasto o seu efeito sobre as emoções e desejos do homem, e os pesquisadores estão apenas começando a suspeitar-lhe da extensão da influência até sobre os processos puramente intelectuais e mentais.

Além disso, influir no caráter do indivíduo é o mesmo que alterar o átomo ou unidade básica – a pessoa – com a qual se constrói toda a sociedade. Em outras palavras, a música também pode representar um papel muito mais importante no determinar o caráter e a direção da civilização do que a maioria das pessoas, até agora, propendeu a crer. Os poderes da música são multifacetados, às vezes misteriosamente potentes e, até agora, não de todo compreendidos. Podem ser usados ou abusados. Desprezamos o emprego consciente, construtivo, desses poderes em nosso próprio prejuízo. Ignoramo-los para nosso próprio perigo.

Conquanto pouco se reflita hoje em dia sobre o significado ou a função da música dentro da sociedade, as civilizações de outrora eram, de ordinário, muito cônscias do poder da música. Isto foi especialmente verdadeiro na era pré-cristã. Com efeito, quanto mais olhamos para trás no tempo, tanto mais se nos deparam pessoas que tinham consciência dos poderes inerentes ao âmago de toda música e de todo som.

                                                       Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 35 – Edição 9 –
                                                                                               Ano 1993 – Editora Cultrix


                                 
O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
   “A música e o caráter do homem”

Do lado positivo, cria Confúcio que a boa música poderia ajudar a aprimorar o caráter do homem. Disse ele:

“A música do homem de espírito nobre, suave e delicada, conserva um estado d’alma uniforme, anima e comove. Um homem assim não abriga o sofrimento nem o luto no coração; os movimentos violentos e temerários lhe são estranhos.”

Mais do que isso: uma vez que os indivíduos são os materiais básicos de construção da sociedade, a música também poderia afetar nações inteiras, melhorando-as ou piorando-as. De acordo com Confúcio: “Se alguém desejar saber se um reino é bem ou mal governado, se a sua moral é boa ou má, examine a qualidade da sua música, que lhe fornecerá a resposta.”

Em virtude do poder para o bem ou para o mal inerente às artes tonais, o efeito moral da música era julgado tão importante pelos chineses que constituía o teste mais importante do seu valor. Ei aí um pensamento para o dia de hoje para muitos músicos contemporâneos e seu público. Segundo os chineses, eram pouquíssimos os efeitos benéficos que a boa música não poderia proporcionar a uma civilização. Na antiga obra chinesa, Yo Ki (Memorial da Música), lemos: “sob o efeito da música, os cinco deveres sociais são sem mistura, os olhos e os ouvidos claros, o sangue e as energias vitais equilibradas, os hábito reformados, os costumes aprimorados, o império respira uma paz completa.”



                                                       Fonte: O Poder Oculto da Música Pág. 35 – Edição 9 –
                                                                                              Ano 1993 – Editora Cultrix



 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
A Música e a Magia Prática
Os imperadores chineses empregavam surpreendentemente inúmeros músicos. A Dinastia T’ang, por exemplo (618-907d.C.), sustentava nada menos do que catorze orquestras da corte, cada uma das quais se compunha de um número que oscilava entre quinhentos e setecentos executantes. Que diriam os eleitores de hoje de um emprego tão grandioso e “desnecessário” dos fundos públicos? Apesar disso, segundo os antigos, manter tantos músicos estava longe de ser desnecessário ou supérfluo mas, ao contrário, era o supra sumo da sabedoria. Pois se acreditava que a energia invocada pelos padrões tonais divinamente afinados dessas orquestras da corte exercia uma influência de alcance incalculável em todos os negócios da nação – negócios tão cruciais e abrangentes quanto os da economia, dos padrões sociais do comportamento, da agricultura e assim por diante.


Fonte: O Poder Oculto da Música
Pág. 48 – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix



 O Poder Oculto da Música     A transformação do homem pela música
A Meta do Músico
A meta do músico consistia em manifestar, no meio do som audível, uma música que expressasse a concordância com a ordem celeste. E para consegui-lo fazia mister não só proficiência artística, mas também conhecimentos e disciplina científica muito precisa. Isso era assim por ser tão íntima a relação entre a música da terra e a concepção chinesa da ordem universal. Nada na música clássica chinesa se deixava ao acaso ou se executava de maneira arbitrária. (Como estremeceriam os sábios chineses ouvindo muita coisa do que passa por música hoje em dia!). Da concepção chinesa de que os padrões da vida acompanha os padrões da música seguia-se, lógico, uma consequência: as notas fortuitas ou arbitrárias tenderiam a precipitar o caos e a anarquia no seio da sociedade em geral.

 Fonte: O Poder Oculto da Música
Pág. 41 – Edição 9 – Ano 1993 – Editora Cultrix


Evangelho Segundo São João

O Verbo divino

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio junto de Deus.

3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.  4 Nele havia vida e a vida era a luz dos homens.  5 A  luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam.

    Bíblia Sagrada
Edição Claretiana – 1981


Escutar em silêncio – Krishnamurti
 Eu gostaria de saber de que maneira escutais um som. Os sons têm importante papel em nossa vida. O canto de uma ave, o ribombo do trovão, o rumor das sempre inquietas ondas do mar, o burburinho de uma grande cidade, o ciclo das folhas, o riso, o pranto, a palavra – são variações do som. Como devemos escutar os sons que nos cercam – os sons dos corvos, da música distante? Escutamo-los com os “barulhos” que temos em nós mesmos, ou sem eles?

Em geral, escutamos com os peculiares barulhos produzidos por nossa tagarelice, nossas opiniões, juízos, avaliações, o dar nome, e nunca “escutamos” os fatos. Escutamos nossa tagarelice. Assim, para escutar, escutar realmente, deve a mente estar sobremodo quieta e silenciosa. Se, escutando o orador, prosseguis em vossa conversação particular com vós mesmos, a puxar vossas opiniões, ou ideias, ou conclusões, ou avaliações, não estais, com efeito, escutando o orador, absolutamente. Mas, para se escutar tanto os raios como também as aves, o rumorejo da vida de cada dia, torna-se necessária uma certa quietude, um certo silêncio… O escutar exige um certo silêncio; e o escutar em silêncio exige uma certa disciplina… escutar em silêncio.

A SUPREMA REALIZAÇÃO – KRISHNAMURTI


  “Os mestres prestam ajuda quando “entramos” em sintonia, através de músicas que têm em sua composição as Nota-Chave dos Mestres, Chamas e Templos.”
                                                                                            Mestre Djwhal Khul    “A música pode fazer pela alma o que nenhuma atividade perceptível aos sentidos pode realizar.”
                                                                                            Mestre El Morya 


Nispanda Bhava
 Além de constituir um bom exercício de concentração mental, tem um efeito sedativo imediato. É uma concentração mental (atenção voluntariamente dirigida e mantida) sobre o mundo sonoro que nos cerca. Geralmente se aconselha ao praticante de meditação um lugar silente, onde os ruídos não venham a perturbar a desviar a atenção. Em Nispanda Bhava, nós vamos ao encontro dos sons do ambiente. Não fugimos deles. Do mundo de sons é que vamos sacar tranqüilidade e repouso. Constitui, outrossim, um exercício de abstração, de opção sensitiva e de tapas (aceitar o mundo como ele é).

Os Mestres que aconselham solidão e silêncio a quem quer meditar. Estas circunstâncias – é claro – contribuem para um maior aprofundamento de consciência em práticas de Yoga interior. Na Astanga Yoga de Patânjali, prathyahara constitui a etapa em que, isolando os sentidos, fechando-os ao mundo externo o praticante consegue realizar a interiorização da mente. Se bem que nispanda bhava pareça a atitude oposta – não o silenciar dos sentidos, mas, o aguçar da audição – também consegue isolar e aquietar a mente.

Postura: Em sukhâsana (postura sentada) ou em uma cadeira. Se o que se quer é remitir uma insônia ou sintoma de fadiga nervosa, é aconselhado shavâsana (postura do cadáver), pois sobrevirá sonolência com poucos minutos de prática. Se é a realização da meditação o que se quer, então é preferível postura sentada.

Execução: Em perfeita imobilidade e afrouxamento geral, feche os olhos e procure escutar os ruídos, os barulhos, os sons do ambiente onde estiver. Procure identificá-los, discriminá-los. Alguns barulhos são agudos outros graves, uns baixos, outros altos, uns contínuos, outros curtos… Procure não se sentir irritado com qualquer deles. Desenvolva tapas (aceitação, paciência, pois tudo é expressão do Absoluto), não se irritando, não admitindo que qualquer
deles tenha poder de feri-lo, de inquietá-lo. Recuse-se a sentir-se incomodado ou ameaçado por qualquer deles.

Deste mundo sonoro, procure identificar um som que seja: baixo, monótono, invariável, discreto, contínuo… Depois de o identificar, fixe nele a atenção, isto é, fique alerta exclusivamente para ele. Abstraia-se de todos os outros. O segredo do sucesso reside em que você não deve lutar contra os outros sons. No entanto, fique receptivo apenas, para o som que você elegeu. Os outros, pacificamente, serão nulificados.

Nada Yoga ensina que cada ser humano tem dentro de si, em seus níveis sutis e interiores um fascinante e misterioso mundo sonoro. É o som cósmico que se manifesta em nós. Não é o som audível pelos que não têm “ouvidos de ouvir”. A prática de Yoga, por anos seguidos, vai abrindo-nos a percepção a esta sonoridade, que os textos clássicos chamam de nada. Ao mesmo tempo que vai despertando capacidade perceptivas ainda em latência, o Yoga vai também “despertando” os chakras, centros energéticos sutis de onde se levantam estes sons.

Quando tal percepção se desenvolve, o yoguim já não precisa dos sons de fora para fazer nispanda bhava. Fica atento para os de dentro, até que, em dia de ventura, possa escutar o verbo, o OM, aquele som de “muitas águas” de que falava São João. É o deslumbramento, que conduz ao samadhi. É a suprema bem-aventurança – ananda – de escutar o inaudível.

Fonte: do livro Yoga para Nervosos – Professor Hermógenes


Sonoridade, afinação e frequências saudáveis

Vicente Geraldo Amâncio Diniz Oliveira

RESUMO: Este artigo pretende discutir uma teoria que afirma que determinado padrão musical pode alienar o indivíduo de si mesmo e da realidade e um padrão alternativo teria o efeito contrário. Novas propostas radiofônicas na Internet, como a rádio Viva Zen, priorizam um padrão que harmoniza e reconecta o indivíduo consigo, com a sua saúde, com o outro e com o próprio ritmo da natureza e do cosmos.

Giuseppe Verdi, compositor clássico italiano, buscava a afinação de seus instrumentos na frequência de 432 Hz, por considerar que a mesma seria melodicamente mais rica e estaria próxima dos sons da natureza. Expressaria a mesma frequência do universo, inspirando, neste sentido, paz, harmonia e um sentimento de universalidade e de unicidade com o próprio universo. Destarte, essa frequência de 432 Hz tornou-se convenção, sendo utilizada por compositores até meados do século XX.

Todavia, esta convenção foi quebrada, e a partir de 1939 – 1940, adotou-se a Frequência de 440 Hz. Sabia-se que essa frequência de 440Hz causaria o caos social, a desarmonia e a consequente vulnerabilidade psíquica das pessoas.

Do ponto de vista da física quântica tudo é vibração, e a música encontra-se neste universo vibracional. Afirma-se que a sintonia natural de 432Hz tem efeitos profundos sobre a consciência humana, como também nas células de nosso corpo.

Do artigo de Vicente Geraldo Amâncio Diniz Oliveira

Na revista “Rádio em Revista “

Universidade Federal de Minas Gerais

FAFICH – Departamento de Comunicação Social

Belo Horizonte – 2014 – N10 – Pró-Reitoria de Extensão