Um homem precisa viajar

Gratidão!

 Um homem precisa viajar

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu.

Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o
desabrigo para estar bem sob o próprio teto.

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser.

Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver “

(Mar sem fim – Amyr Klink)

 Caminhadas

Anselm Grün (do livro Não esqueça o Melhor)
Editora Paulinas – 2008

Quando estamos por demais agitados, então é melhor espantar primeiro a inquietação fazendo um passeio prolongado ou um passeio em meio à natureza. Ao caminhar, posso me livrar da inquietação interior, dos problemas que me agitam. O dinamarquês Sören kierkegaard, filósofo da região, constatou que não havia sofrimento do qual não conseguisse se livrar ao caminhar. Também eu quando caminho tranquilamente, posso livrar-me das coisas que me preocupam. Isso não acontecerá, porém, quando a caminhada estiver marcada por uma pressão interior ou somente para cumprir os quilômetros estabelecidos como meta do dia. Preciso me entregar inteiramente ao movimento, que aceita a agitação interna e pode acalmá-la. Depois de um passeio, sento para meditar, no meu quarto, e fico muito mais calmo do que antes. Toda a inquietação interior passa. Especialmente em nosso mundo tão agitado, necessitamos de posturas corporais para espantar a inquietação. Além de eu fazer passeios ou caminhadas, poderia também trabalhar na horta, no jardim. Quando deixo a pressão interior se esvair, através do movimento do corpo, consigo ficar muito mais calmo.

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Kierkegaard diz a respeito do caminhar: “Antes de mais nada, nunca perca o prazer de caminhar! Caminho todos os dias para o meu bem estar e, assim, me afasto de qualquer doença. Meus melhores pensamentos surgiram enquanto eu caminhava; não conheço sofrimento nenhum, por mais grave que seja que não possa ser afastado ao caminhar”.

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Caminhar constantemente – movimento regular ao qual posso me entregar – pode se tornar um processo de catarse. Muita coisa pode ser jogada fora. Acalma-se a inquietação interior, aquilo que me agitou ou irritou somente alguns instantes antes. Caminhar me liberta de toda a inquietude e de todos os resíduos da alma. Muitas pessoas constatam que caminhar as acalma mais do que se elas estivessem sentadas em silêncio. Caminhar ajuda mais do que ficar sentado, quieto, sobretudo quando as pessoas estão nervosas e agitadas. Ao caminhar é mais fácil desligar-se das coisas.

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Quando caminhamos, estamos em constante movimento; assim, pode se movimentar também algo em nossa mente. O movimento regular dos pés, que continuamente tocam o chão e voltam a se afastar dele, permite que se esvaiam as tensões do corpo expressas por conflitos psíquicos. Ao caminhar posso eliminar tudo o que torna o corpo – e com ele a alma – tenso, duro, machucado. Depois de uma caminhada, temos a sensação de havermos sido lavados, arrumados interiormente. As coisas ruins somem.