À procura do silêncio mental
Prezado (a) Praticante,
O que se segue não é só para ler e achar “bacana”. É para se usar, aliás, como tudo que está contido neste pequeno tratado.
Fala-se cada vez mais da paz e procura-se cada vez mais a agitação, e os que procuram a paz, não sabem como encontrá-la.
Pois o caminho que leva à Paz é o SILÊNCIO. O silêncio mental. Já observou como é difícil manter sua mente concentrada numa coisa só?
…A melhor prova disso você a tem durante o seu Shavâsana, quando passam milhares de imagens em seqüência veloz pela mente. Aí você procura cortar os pensamentos, mas sem resultado: a situação piora.

Pare de brigar com seus pensamentos, eles vêm mesmo, e ninguém os pode parar. Sua mente é como um manancial de montanha, cuja água brota das suas entranhas, e se lhe impedimos a saída, ela encontra logo a outra saída. Entretanto cada um de nós possui um volume próprio e determinado de energia mental fluindo através do cérebro.
Os pensamentos atravessam sua mente veloz e descontroladamente sem que Você possa intervir eficientemente. Pois este fluxo mental é como uma camada de movimento e agitação que encobre a semente da PAZ, lá no âmago do seu ser, e ao qual procura esconder e nunca permitir revelar, pois sua mente – ou se quiser, sua consciência superficial – sabe que no dia que Você conseguir atravessar a camada de barulho mental, neste dia a mente superficial estará com os dias contados. Pois quem experimentou uma vez o SILÊNCIO que está dentro si mesmo, nunca mais o esquece e sempre procurará renovar a deliciosa sensação de Paz. Pare de combater seus pensamentos, mesmo porque eles não lhe trazem novidade alguma, somente repetindo aquilo que Você alguma vez gravou mentalmente! Tome consciência desta verdade, e seu esforço será mais leve. Se Você quiser deixar-se inspirar, esta inspiração não surgirá dos seus pensamentos descontrolados. Ela provém de uma mente calma e uma emotividade equilibrada. Todo gênio é um calmo, ou que tem seus períodos de calma, portanto de sensibilidade e de arroubo que o eleva até o plano da intuição, sem o peso dos pensamentos incomodantes.

Use a técnica dos judocas: Quanto mais feroz o ataque do adversário, pior o tombo que leva. Deixe os pensamentos fluírem através da sua mente, sem intervir, mas também sem os comtemplar, por mais agradáveis que pareçam na hora. Sabendo que não fazem outra coisa senão repetir aquilo que Você já conhece por tê-lo vivido ou conhecido, deixe-os chegarem, e passarem.
Quanto mais Você combate seus pensamentos descontrolados, mais força eles adquirem. Quanto menos importância lhes dá, deixando-os passarem, mais se enfraquecem, ficando o caminho livre para o SILÊNCIO dentro de si mesmo.
São com pássaros que atravessam o céu azul e sem mancha, sem deixarem rastro atrás de si.
E enquanto observa as indicações recebidas até agora, ensinando-lhe a observar e relaxar seu corpo, estará dando trabalho à sua mente, evitando excessiva dispersão. Quando sentir que está realmente relaxado, contemple o fluxo mental que passa por sua mente, mas pondo toda sua ânsia, sua intensidade de querer, sua vontade em conseguir atravessar a delgada camada de matéria mental agitada para chegar ao SILÊNCIO que Você também possui, e que uma vez experimentado, mesmo por um segundo, lhe permitirá conhecer o que significa, de verdade, o termo.

PAZ !
SHANTI