Dharma e Carma
Dharma é a denominação sânscrita que é traduzível para o português pelo termo “dever”. O Dharma não conhece o bem e o mal, apenas é. Representa o que deve ser feito, sem a intromissão da vontade humana criadora de Carma.
O Dharma da chuva é molhar, o do fogo é queimar. Se chover pouco, há fome e sofrimento, e se chover excessivamente, há inundação e morte. Mas se a chuva cai mansa e regularmente, há inundação e morte. Mas se a chuva cai mansa e regularmente, as colheitas são abundantes, e os homens são felizes. O fogo pode destruir, mas também auxiliar a vida. O Dharma do homem é evoluir dentro das leis da virtude e do equilíbrio, mas se ele se desgarrar criando o desequilíbrio pelo uso inadequado do Livre Arbítrio, colide com tudo e com todos, e há desordem e sofrimento.
A presença de Dharma cria o Carma, e não há ninguém nem nada que não seja por ele atingido.
O Dharma é neutro, o Carma é duplo e bi-polarizado, bifurcando tudo que atinge em opostos, Bem e Mal, que são as faces da moeda chamada Dharma. Por outro lado, o Bem e o Mal são ilusórios, condicionados pela mente humana sensorial.
“As doenças não são castigos, Deus não castiga.
Aquilo que chamamos de “castigo” ou “punição” não
É mais que uma dificuldade logicamente religada aos
nossos atos precedentes.”
(Philippe de Lyon)
Convém acertar nossas dívidas onde são criadas, aqui embaixo, não fugindo da responsabilidade. O que se acerta aqui é apagado, não é levado para o outro lado, onde devemos pagar assumindo a responsabilidade a ser quitada, da “próxima vez”, na forma de doença ou defeitos físicos. Mesmo porque, quando quitada aqui, pela lei dos homens, será considerada paga, sempre que a sentença tenha sido justa.
O Carma é individual e condicionado ao Carma coletivo. Ninguém foge do seu Carma. O Carma individual faz parte do Carma da família a qual pertence, assim como o da família pertence ao Carma da nação, e o da nação ao Carma da raça humana que cobre esta terra.
Do livro – ANDROGONIA – O que o homem é.
Swami Sarvananda